Anuário da Indústria de Implementos Rodoviários 2018
25 até algumas impossíveis. E tudo que tinha sido feito antes, como tamanho da estrutura, inves- timento, pessoal, gestão, foi revisto para se che- gar a um tamanho que a nova ordem sustentas- se. Essa é a grande consultoria de três anos que agora nos força a olhar para frente. Mas alguns fabricantes não sobreviveram... Sim, é verdade. E outros retrocederam décadas em termos de tamanho e outros, que tinham um pouco mais de organização, reviram investimentos. O setor então agora, do ponto de vista empresarial, está mais bem preparado do que estava antes da crise? Qualquer empresário de qualquer segmen- to, mesmo as montadoras com os seus conse- lhos, seguramente está menos disposto a can- tos de sereia, está mais resiliente, crítico, não vai em estouro de boiada. Aprendemos a olhar mais adiante um pouco. A crise afetou a todos, mas de maneira e com sequelas diferentes para alguns. Aquela empresa que vinha um pouco doente, foi ferida de morte. Algumas morreram, outras seguem respirando. Mas houve empresas que estavam mais bem preparadas atlética e fi- sicamente, tiveram mais capacidade de reação, fizeram um ajuste mais intenso e naturalmente saíram melhor quando a retomada começou. Não foi fácil: digo que estávamos jogando fute- bol em São Paulo com o ar rarefeito de La Paz, pois ficamos com apenas 28% da capacidade produtiva ocupada. Acabou sendo uma seleção natural, que expôs as fragilidades e virtudes de cada empresa. Esse quadro ainda persiste? O setor agora trabalha com cerca de 50% a 60% da capacidade em algumas áreas. Mas é pre- ciso lembrar que muitos espaços foram desativa- dos. De qualquer maneira, estamos recebendo um pouco mais de ar nos pulmões. Mas não está tudo bem. Os números estão melhores, motivos até para mais otimismo, mas não é algo que está espraiado, linear em todo o setor. Alguns seg- mentos, como florestal, canavieiro, agronegócio, que estão fortes e demandam muitos volumes, dão a falsa impressão de que a chave já foi virada. Carga geral, baú e sider também estão bem, no- ta-se que existe um reflexo da volta da produção nas indústrias, mas também se deve à necessida- de de troca de produtos após cinco anos. O que falta para virar a chave mesmo? Bem, estamos vivos e, em grande parte, firmes. Agora que começamos a receber mais oxigênio, a tendência é estarmos melhores do que há seis meses, por exemplo. O alicerce foi refeito, a cultura, repensada, os custos foram restruturados, as estratégias, mais bem defini- das, alguns portfólios, revistos e mais direciona- dos ao core business de cada companhia. Temos uma composição mais racional e, sim, um gran- de trabalho a ser feito para chegarmos a dias melhores, voltarmos à rentabilidade. Acho que existe uma nova ordem em termos de atuação, © Cesar Hamanaka | Ponto & Letra Qualquer empresário de qualquer segmento seguramente está menos disposto agora a cantos de sereia, está mais resiliente, crítico. Aprendemos a olhar mais adiante um pouco.
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