Anuário da Indústria de Implementos Rodoviários 2018

26 com as empresas entendendo que tamanho ti- nham que ter para recomeçar. Há uma palavra que sintetiza a indústria de implementos em 2018? Até agora a palavra era resiliência. Daqui para frente acho que é estratégia. Mostrar que aprendemos a lição de não vender sem margem, que precisamos buscar novos mercados, pensar no mundo e não apenas no Brasil, ter uma noção mais aguçada de custos e controlar o ímpeto. Até quando você deve vender um produto? É razoá­ vel estar em março e vender até dezembro? O cliente aceita um preço variável lá na frente? O fornecedor garante o preço do aço até lá? Sei que não. Ou seja, as empresas precisam trabalhar de maneira mais fria, mais pragmática, refinar suas estratégias. Devemos vivenciar no futuro também uma mudança do perfil de modelo de negócios de produtos. Aquelas empresas que fi- caram menores devem optar por portfólios mais objetivos para a vocação delas e da região onde elas atuam. Economicamente, 2018 tem uma curva de juros em baixa e, quando se pensa em cinco, dez anos à frente, não se enxerga uma taxa de juros nesse patamar, ela tende a subir. É um momento oportuno para a tomada de crédito. Qual é afinal o tamanho da indústria de implementos agora e, mantido os atuais patamares dos principais parâmetros macroeconômicos, qual será nos próximos anos? Pensando em dez anos para frente, acho que o Brasil é um mercado em torno de 150 mil caminhões anuais, com os pesados respon- dendo por aproximadamente 40% a 50% disso. Então a indústria de implementos se sustenta, de maneira racional, tranquilamente entre 40 mil e 50 mil reboques e semirreboques por ano. Com esse nível, não teríamos tantos solavancos. O setor pode viver com 30 mil? Pode, tanto que ENTREVISTA | INTERVIEW | ENTREVISTA © Cesar Hamanaka | Ponto & Letra As empresas precisam trabalhar de maneira mais fria, mais pragmática, refinar suas estratégias.

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