Anuário da Indústria de Implementos Rodoviários 2018

28 viveu. Pode produzir 60 mil ou 70 mil? Pode também, tanto que já fez. Mas ficaremos bem equilibrados, sustentáveis, com esse patamar de 40 mil a 50 mil reboques e semirreboques no mercado interno: ocuparemos bem o parque fabril e teremos um ticket médio que justifique. Acima desses piso e teto começamos a mexer na margem. Acima, por questão de escala e a possibilidade de escolher o melhor negócio, ela aumenta. Abaixo, diminui pela necessidade de brigar mais pelos negócios. E o mercado externo? É ainda incipiente, só que existe uma ne- cessidade de o Brasil se posicionar como líder no continente e até além-mar, mas, neste caso, por conta de logística, a competição já é mais equi- librada. Na América Latina, o Brasil é protago- nista, aqui está a indústria. A Argentina também é industrialmente organizada, mas vem depois. Os outros mercados não têm know-how, estru- tura ou normatização. Há uma defasagem tec- nológica brutal para esses países.  As exportações ainda não têm papel mais preponderante por falta de cultura exportadora da indústria ou de competitividade do produto brasileiro em decorrência de preço e logística? Um pouco dos dois. Nesses solavancos do Brasil a gente não tinha tempo para olhar para fora nem ousava sair, até por ser algo difícil de se fazer sozinho. Daí a importância do convê- nio com a Apex-Brasil, que facilitou a ida de um bloco de empresas para outros mercados e abriu horizontes. Quanto ao custo, não com relação a outros polos exportadores, mas sim por conta de produtos sem tecnologia dos mer- cados compradores que citei há pouco. O frete altíssimo inviabiliza o interesse dos chineses, por exemplo. A indústria dos Estados Unidos tem normas e produtos muito distintos. Qual é afinal o potencial exportador da indústria de implementos? Estamos exportando hoje de 5 mil a 6 mil reboques e semirreboques por ano. Mas o con- tinente inteiro, sem contar Brasil e Argentina, deve consumir de 10 mil a 15 mil unidades anu- ais. Acredito que poderíamos responder por metade disso e a Argentina por uns 25% a 30%. O restante seria de produtos locais. E, para evi- tar altos custos logísticos, há ainda a possibili- dade de ter pequenas operações nossas nesses países para montagem de produtos semipron- tos enviados daqui. Começaríamos a ter opera- ção regionalizadas – a partir de um país, aten- der outros vizinhos – e sermos vistos como uma ENTREVISTA | INTERVIEW | ENTREVISTA Temos tecnologia de primeiro mundo, mas necessitamos de uma infraestrutura que respeite essa tecnologia.

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