Anuário da Indústria de Implementos Rodoviários 2018

29 indústria local pelo concorrente e pelos clientes. Foi com esse cenário que convencemos a Apex a investir no nosso setor. Tecnologicamente, o implemento brasileiro pode ser comparado ao de mercados de economias mais desenvolvidas? Estamos absolutamente alinhados com es- ses mercados no que diz respeito à tecnologia dos produtos. Já em termos mercadológicos e de infraestrutura, não se pode comparar. Temos o problema da cultura do excesso de carga, da sobrecarga natural que advém das más condi- ções das estradas, de solavancos que exigem um produto mais robusto. E há também o problema do bolso do cliente, quanto ele pode pagar aqui. Então temos tecnologia de primeiro mundo, mas necessitamos de uma infraestrutura que respeite essa tecnologia. Então os limites não estão nas mãos dos fabricantes? Hoje temos que produzir algo que mistu- re o melhor que podemos fazer em termos de redução de peso e o racional da operação do transportador. Por exemplo: poderíamos fabri- car produtos mais leves se não precisássemos reforços. Isso tumultua nossa possibilidade de colocar o que temos de mais moderno no mer- cado. Mas aquilo que vem por força de lei, como ABS ou o ESC, sistema de estabilidade que vem em 2022, aí não temos alternativa. E somos ca- pazes de cumprir e o mercado é obrigado a com- prar. Aliás, colocamos o ABS muito tempo antes do limite de prazo que a portaria impôs. Esta- mos, portanto, adequados às melhores práticas do mundo, mas vivemos no dilema entre tudo o que podemos fazer em inovação tecnológica e aquilo que o País, a economia e o momento nos permitem.  © Cesar Hamanaka | Ponto & Letra

RkJQdWJsaXNoZXIy NDU0Njk=