Anuário da Indústria de Implementos Rodoviários 2018
45 agrícola e dos transportes. O Brasil está subindo de degrau em degrau.” Nem mesmo a eleição presidencial deve reverter esse quadro de melhorias, entende o presidente do Simefre: “A eleição ainda é uma incógnita, mas não acredito que, qualquer que seja o resultado, haja uma reversão da economia. Ao contrário: os números poderão ficar ainda melhores a de- pender de quem vença.” José Hélio Fernandes tem praticamente a mesma interpretação de Martins sobre os as- pectos macroeconômicos. Ele avalia que 2017 já foi ano de conquistas e avanços, com a eco- nomia dando sinais de recuperação e o setor de transporte, assim como diversos outros, voltan- do a acreditar em uma retomada. “Prova disso foi a Fenatran, realizada em outubro, que superou todas as expectativas dos expositores e da organização. E 2018 começou diferente, anunciando que esse pode ser o me- lhor dos últimos quatro anos. Estamos otimis- tas com relação a isso”, resume. Segundo Fernandes, se o PIB crescer em torno dos 3%, o transporte rodoviário de cargas deve registrar aumento de 6% a 10%. “Só não po- demos nos esquecer que esse é um ano de eleições e isso requer atenção e cuidado, mesmo sabendo que cada vezmais a economia temse descolado da política para poder decolar”, pondera. Por outro lado, devido ao conturbado ce- nário econômico dos últimos anos, o setor re- duziu custos, diminuiu de tamanho e, principal- mente, reduziu o frete. A pequena recuperação dos valores no ano passado não foi suficiente para recompor a defasagem acumulada nos úl- timos anos, afirma Fernandes. Os números Pesquisa realizada pela NTC&Logística em parceria com a ANTT, em janeiro deste ano, in- dica defasagem de 13,95% no transporte de car- gas fracionadas e de 20,60% na carga lotação. De acordo com o levantamento, 62% das 2.495 empresas entrevistadas registraram queda no faturamento e 47,6% diminuíram de tamanho. “Com a crise, toda a cadeia produtiva foi afetada e o pagamento do frete ficou prejudicado.” A pesquisa demonstrou que 52,4% das transportadoras registram atrasos nos fretes, tendo que esperar cerca de 25 dias para receber o pagamento. Como consequência disso, 40,6% delas estão com parte da frota parada e 29,3% sofrem com alguma ação trabalhista. O presidente da NTC&Logística lembra que, inclusive, no Conet, Conselho Nacional de Estu- dos em Transporte, Custos, Tarifas e Mercado de Natal, realizado em fevereiro em Natal (RN), a recuperação tarifária foi colocada como uma das principais bandeiras do setor daqui para frente. “As expectativas para este ano são muito positivas. Mas de nada servirão as conquistas passadas e futuras se não pudermos estruturar as empresas do setor de maneira consistente. E essa tarefa começa justamente por uma política tarifária adequada, lastreada em bases técnicas que garantam o necessário equilíbrio financeiro para a saúde econômica dos negócios. Sem isso, todo esforço que se fizer será em vão.” José Hélio Fernandes NTC&Logística © NTC&Logística
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