Anuário da Indústria de Implementos Rodoviários 2018
61 “A economia começa a dar sinais positivos de retomada com juros com tendência de baixa, expansão econômica de setores que estavam es- tagnados há dois anos como florestal, siderúrgi- co, maior rentabilidade do setor agrícola neste ano, forte necessidade de renovação da frota de carretas”. No entender do executivo, há outros fatores positivos a sinalizar um período mais favorável e apenas um que pode gerar ainda alguma sombra de incerteza e diminuir o ritmo de crescimento: as eleições de outubro. Apesar da confiança do setor em mais uma boa ajuda vinda do campo, as vendas de máqui- nas rodoviárias e agrícolas ainda não refletem esse clima. Nos dois primeiros meses de 2018 fo- ram negociadas 4 mil unidades, 30%menores do que no mesmo período do ano passado, segundo a Anfavea. Mas o desempenho da produção sinaliza que a curva é ascendente: no acumulado do pri- meiro bimestre foram fabricadas 6,6 mil unida- des, 1,4% a mais do que nos mesmos meses de 2017. Em todo ano passado as vendas de máqui- nas rodoviárias e agrícolas atingiram 42,4 mil unidades. Elisangela Lopes, assessora técnica da Con- federação da Agricultura e Pecuária do Brasil, a CNA, que mesmo com a produção um pouco me- nor prevista para 2018 a demanda logística conti- nua enorme para o agronegócio. “Desde quando a produção chegou a 180milhões de toneladas, já não tínhamos uma infraestrutura adequada para o escoamento da produção”, comenta. Segundo ela, em 2009 a produção era de 108 milhões de toneladas - soja e milho princi- palmente - e 84% eram exportados via os portos de Santos(SP) e Paranaguá (PR). Hoje a concen- tração permanece nestes dois portos – caiu ape- nas para 80%. Ela comenta que isso ocorre porque muitas vezes algumas rodovias estão em más condições, o que leva priorização de certas vias, ou que o acesso dos caminhões a outros portos brasileiros, hidrovias e ferrovias ainda não estão prontos. “Nesse sentido a CNA tem como sugestões de prioridades a conclusão de 83 km da BR-163, o derrocamento do Pedral do Lourenço [para- do por questões ambientais], autorizações para uso de terminais de uso privado na região Norte e Nordeste, arrendamentos nos portos públicos de terminais, a licitação da Ferrogrão ainda em 2018, e a pavimentação da BR-020 para escoar produtos do oeste da Bahia”, lista. “Desde quando a produção chegou nas no- vas fronteiras agrícolas, não encontrou infraes- trutura suficiente para seu escoamento. Uma das soluções são também mais rodovias concedidas. Para estas, o nosso pleito está mais relacionado a mais concessões e ao modelo, que deve ser um que barateie mais as tarifas de pedágio e dê mais segurança jurídica aos investidores”, analisa. Brasil cereais, leguminosas e oleaginosas Ano Área colhida (ha) Variação % Produção obtida (t) Variação % 2014 56.712.709 7,5 194.571.164 3,5 2015 57.589.745 1,5 209.704.384 7,8 2016 57.089.003 -0,9 185.781.353 -11,4 2017 61.186.476 7,2 240.604.745 29,5 2018 61.220.420 0,1 226.145.536 -6,0 Fontes: IBGE - Produção Agrícola Municipal 1975-2016; IBGE - Levantamento Sistemático Da Produção Agrícola 2018 Posição de janeiro de 2018. Produtos : algodão herbáceo (caroço de algodão), amendoim (em casca), arroz (em casca), feijão (em grão), mamona (em baga), milho (em grão), soja (em grão), aveia (em grão), centeio (em grão), cevada (em grão), girassol (em grão), sorgo (em grão), trigo (em grão) e triticale (em grão). Nota :A partir de fevereiro de 2016 utilizou-se a padronização de 61% para a conversão da produção do algodão em caroço para caroço de algodão, apenas para a totalização da produção dos cereais, leguminosas e oleaginosas.
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