86 E agora, com a retomada do crescimento das vendas de pesados, as perspectivas são ainda mais promissoras. Milton Rego, presidente da Abal, Associação Brasileira do Alumínio, diz que não há dúvidas quanto ao aumento do uso de alumínio no setor de transporte: “Nossa indústria está preparada para atender as demandas desse setor. Temos condições de oferecer ligas, produtos e soluções diferenciadas e resolver um gap que o Brasil ainda tem com relação ao restante do mundo. Por isso, há hoje uma forte sinergia entre o alumínio e a indústria de implementos”. Dentre as vantagens do material, a gerente da área técnica da Abal, Kaísa Couto, destaca a sua leveza, que garante maior capacidade de carga e, consequentemente, maior rentabilidade. “No que diz respeito à produção, tem ainda a montagem mais rápida, que dispensa pintura e traz soluções de fácil manuseio.” Katia concorda com Fernandes, da CBA, que a crise e a busca por maior eficiência energética acabaram ajudando nos negócios do setor: “A produtividade no segmento de transportes passa pelo uso do alumínio. Já é realidade em outros países e hoje temos no Brasil soluções disponíveis e já testadas”. E os investimentos são contínuos. A Novelis, por exemplo, desenvolve um novo portfólio de ligas de alumínio de alta resistência destinadas às aplicações estruturais para o setor de transportes e automotivo, segundo revela seu gerente de excelência comercial e marketing, Guilherme Superbia: “Com isso esperamos ocupar mais espaço no segmento de implementos”. O executivo diz que a exigência por materiais mais leves e sustentáveis está impulsionando o uso de alumínio globalmente, tendência que chegará ao Brasil também. “Com a recuperação da economia no Brasil e os incentivos do governo para o setor, esperamos que o mercado brasileiro dê mais atenção para os atributos de eficiência da utilização do alumínio”. O segmento de transportes representa cerca de 30% das vendas do segmento de produtos industriais da Novelis no Brasil. Combinação de materiais Ummovimento recente na indústria de matérias-primas é a busca de soluções multimateriais, como define a gerente da Abal, que envolve, por exemplo, o uso combinado de alumínio e aço. O principal, como avalia o gerente da CBA, é oferecer soluções que favoreçamos clientes na busca de redução de custos e de peso. “Nossomaterial, o alumínio, tem de combinar com o aço em algumas aplicações. Há espaço para os dois. É muito mais inteligente trabalhar em cooperação do que ficar ummaterial competindo com o outro.” Dentro desse espírito de colaboração, a CBA fechou dois acordos com a indústria de aço para oferecer soluções para a indústria de implementos. “Não posso revelar nomes, mas são dois fabricantes de aço que têm P&D no Brasil.” Dentre as novidades mais recentes apresentada pela CBA, Fernandes cita o alumínio extrudado de alta resistência, que passou a ser produzido pela empresa no Brasil no ano passaMATÉRIAS-PRIMAS | RAW MATERIAL | MATERIAS PRIMAS Giuliano Michel Fernandes CBA © CBA
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