Anuário da Indústria de Implementos Rodoviários 2019
24 não retomou a confiança e isso, por enquanto, afeta o comércio, pequenos serviços e a distri- buição de produtos nas cidades. Daí esse ritmo mais lento na retomada de leves. Isso inclusi- ve tem gerado uma distorção com relação ao comportamento histórico do mercado. Em anos regulares, a relação entre os segmentos oscila de 1,5 a 2 produtos leves para cada implemen- to pesado vendido. Esse quadro tende a voltar quando o consumo e a economia dos grandes centros se estabilizarem. Isso deve ocorrer den- tro de dois ou três anos. E qual o cenário para os anos seguintes? Quando a indústria e o mercado de implementos devem chegar a um patamar ideal? Creio que entramos em um período de re- cuperação gradual e sem tantas surpresas, prin- cipalmente caso o novo governo consiga imple- mentar as reformas a que se propôs. Não há mais possibilidade de um mercado inflado por juros muito baixos, até negativos, como ocorreu em 2013, e que acabou levando as empresas a investirem, na verdade, numa bolha de consu- mo, a exemplo do que ocorreu em 2008 nos Es- tados Unidos. Há alguma possibilidade dessa curva ascendente não se confirmar? Riscos sempre existem, fazem parte do ne- gócio. Mas eles podem ser maiores ou menores. Vejo um risco muito menor agora, com o novo governo e a equipe econômica escolhida. Se con- seguirem implantar grande parte das propostas que o governo tem, o Brasil vai andar. O risco maior é o Congresso não aprovar nada. Por na- tureza, sou um otimista e acredito que vamos ca- minhar bem nos próximos três anos, sem que o governo crie ilusões como no passado. O setor então está mais bem preparado? Sem dúvida, após toda essa crise, as em- presas estão ajustadas com a nova realidade do mercado. Nós temos ainda algumas empresas que entraram em dificuldades maior, estão em recuperação judicial. Mas, na média, o setor está preparado para crescer de forma sólida. E ENTREVISTA | INTERVIEW | ENTREVISTA © Gerson Malavasi Jr. | Ponto & Letra É natural também que agora, com a retomada dos negócios e o crescimento do PIB, o transporte rodoviário seja impactado primeiro e somente depois a distribuição de produtos dentro das cidades se beneficie desse quadro mais favorável.
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