Anuário da Indústria de Implementos Rodoviários 2019

25 está até voltando a contratar. Em 2013, o setor contabilizava 75 mil empregos diretos, quadro que foi reduzido para cerca de 38 mil trabalha- dores em 2016, nosso pior momento, quando as vendas de semirreboques caíram para 23,2 mil unidades. Sofremos com as demissões e eleva- dos custos trabalhistas resultantes das dispen- sas. Desde o ano passado, contudo, as contrata- ções cresceram uns 20%. O setor emprega hoje cerca de 45 mil pessoas. A crise, sem sombra de dúvida, foi um limão do qual fizemos uma boa limonada, acredito. Um período de amadure- cimento e de aprendizado dos empresários do segmento de transporte, que não repetirão mais os erros do passado. Esse redimensionamento das empresas, de pessoal, de toda a cadeia, nos custou muito. Agora, nas reuniões aqui na AN- FIR, vemos que a disposição é, obviamente, a de crescer, mas com os pés no chão, pisar em terreno sólido, não mais na areia movediça. O senhor tem uma trajetória de 45 anos no setor. Essa foi a pior crise que enfrentou? Estes quatro anos foram os piores, sem dú- vida. Passamos por uma crise entre 1981 e 1982, com muitas empresas pedindo concordata. De- pois tivemos a década perdida e no final dos anos 90 mais um período muito complicado. A situação melhorou de 2002 para frente, com o mercado sempre crescente até 2008, quando estourou a crise econômica nos Estados Unidos, com a quebra do Lehman Brothers. Mas o Brasil foi um dos primeiros a reagir e a economia foi bem até 2014, com o mercado só crescendo em ritmo muito bom. Tiveram, é verdade, os subsí- dios de 2012 e 2013 que puxaram muito os ne- gócios, mas que apresentaram a conta depois. Aquilo era uma fantasia. O novo governo fala muito em abrir o mercado brasileiro. O setor de implemen- tos estaria sujeito a uma concorrência relevante de produtos importados? Hoje as importações são perto de zero. Se traz para cá apenas equipamentos superespe- cializados, que não são fabricados aqui. Poderá ter um crescimento, sem sombra de dúvida, se- ria uma consequência natural. Mas eu vejo que as empresas brasileiras estão muito bem prepa- radas para defender os mercados delas. É difícil alguém vender produtos fabricados fora, assim como é difícil vendermos implementos nos Es- tados Unidos, por exemplo.  © Gerson Malavasi Jr. | Ponto & Letra Desde o ano passado, contudo, as contratações cresceram uns 20%. O setor emprega hoje cerca de 45 mil pessoas. A crise, sem sombra de dúvida, foi um limão do qual fizemos uma boa limonada...

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