Anuário da Indústria de Implementos Rodoviários 2021

39 rio brasileiro, que com todas essas dificuldades continuou fazendo o seu papel de movimentar o Brasil.” O presidente da NTC recorda que em abril de 2020 o volume de cargas caiu aproximada- mente 45%, o que resultou em queda de fatura- mento de até 80% em algumas empresas. “Ape- sar disso, o transporte brasileiro não parou e nunca vai parar”. O setor se movimentou rápido em busca de soluções e medidas que atenuassem os efeitos da crise. Pelucio destaca, por exemplo, a pror- rogação do vencimento da carteira de motorista e dos cursos obrigatórios para que os profissio - nais pudessem continuar transportando e o in- vestimento no universo digital, com a institui- ção de “lives” com informações relevantes para os transportadores. No entender do presidente da NTC, medi- da importante que ajudaria o setor neste mo- mento e no longo prazo seria a continuidade da desoneração da folha de pagamento. Quem sabe, tornando-se permanente. “O fim da desoneração aumenta os custos das empresas de transporte de cargas, diminui o número de empregos e, como o transporte de cargas é um serviço meio, impactaria negativa- mente toda a economia do País.” Pelucio reafirma, mais uma vez, a impor - tância de um programa de renovação de frota como mecanismo de impulso ao setor, mas que, no entanto, não ultrapassa as discussões há mais de duas décadas. “Mas o trabalho está sendo feito. O grande problema é ter caminhões e veículos de passeios de 30 a 40 anos que quebram nas rodovias. Não podemos aceitar que os veículos com 20 anos de uso sejam a maioria no País. Os desafios para 2021, no entanto, são bem mais emergenciais, na análise da NTC. Dentre outras dificuldades, o setor precisará driblar uma equação que mescla aumento de custos, demanda ainda aquém do ideal para a estrutura de transporte disponível e valores defasados. Pesquisa da entidade de janeiro indicou de- fasagem do frete, em média, de 13,9% em 2020 e, de outro lado, o setor ao mesmo tempo convive com a inflação dos custos de operação bem acima da média oficial: 9,43% para cargas fracionadas e 7,15% para lotações ou fechadas. É bom lembrar, o preço do diesel disparou especialmente no se- gundo semestre do ano passado e início de 2021. O levantamento da entidade apontou ain- da que 41,4% das empresas não alteraram o valor do frete no ano passado, enquanto 30,8% concederam desconto de 7,9% na média e so- mente 27,8% reajustaram para cima. O aumen- to médio, assim, foi de 5,3%. “A recomposição pelo repasse da alta dos custos ou a eliminação das defasagens é impor- tante para o transportador”, afirma Lauro Val - divia, assessor técnico da NTC. “Isso compro- meteu bastante o caixa das empresas.” Francisco Pelucio, presidente da NTC&Logística © NTC&Logística

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