ISSN 2236-2096
Anuário da Indústria de Implementos Rodoviários Brazilian Road Implements Industry Yearbook Anuario de la Industria Brasileña de Implementos Viales ISSN 2236-2096 uma publicação da | published by | una publicación de ANFIR - Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários Rua Conselheiro Saraiva, 306 Conjunto 55 - Santana 02037-020 - São Paulo - SP - Brasil Tel. +55 11 2972-5577 www.anfir.org.br
Diretoria | Board of Directors | Directores Presidente | President | Presidente José Carlos Spricigo Vice-presidentes | Vice-presidents | Vice-presidentes José Carlos Vidoti Kimio Mori Wilson Ferri Tesoureiro | Treasurer | Tesorero Leonardo Toigo Rossetti Conselho de Administração | Management Board | Consejo Administrativo Presidente | President | Presidente Lauro Pastre Junior (Pastre) Alcides Geraldes Braga (Truckvan) David William da Costa (Ibiporã) Emilio Medeiros (Fibrasil) José Carlos Spricigo (Librelato) José Carlos Vidoti (Facchini) Kimio Mori (Noma) Lauro Pastre Junior (Pastre) Leonardo Toigo Rossetti (Rossetti) Unirio Nestor Dalpiaz (Linshalm) Vagner Gomes (Sergomel) Wilson Ferri (Randon) Conselho Fiscal | Audit Committee | Consejo Fiscal Eduardo Lozano (Grimaldi) Junior Alves (Rodofort) Luiz Vicentin (Egsa) Betina Borchardt (HC Hornburg) - Suplente Diretor Executivo | Executive Director | Director Ejecutivo Mário Rinaldi DIRETORIA - 2021/2024 BOARD - 2021/2024 | DIRECTORES - 2021/2024
GRANDES SOLUÇÕES PARA O SEU NEGÓCIO
ÍNDICE INDEX | ÍNDICE 6
Palavra do Presidente 2022: o ano da consolidação 10 A word from the President 2022: a year of consolidation. 14 Palabras del Presidente 2022: año de la consolidación 14 Editorial Agora sobre bases mais fortes 16 From the Editors Now on a firmer footing 17 Editorial Ahora sobre bases más fuertes 18 Perspectivas Cautela com 2022 20 Outlook Caution over 2022 28 Panorama Cautela con 2022 28 Economia Um cenário de muitas ponderações 32 Econony Much to Consider 36 Economía Un panorama de mucha ponderación 37 Agronegócio Agronegócio ainda garante crescimento em 2022 42 Agribusiness Agribusiness guarantees growth in 2022 46 Agroindústria Agroindustria aún garantiza crecimiento en el 2022 47 Gestão A governança corporativa no setor de transportes, implementos e logística 50 Management Corporate governance in the transport,implement, and logistics sector 52 Gestión Gobernanza corporativa en el sector de transportes, implementos y logística 53 Produção Indústria 4.0, sim senhor! 56 Production Industry 4.0, yes sir! 60 Producción ¡Industria 4.0 sí señor! 61 Relações Humanas Reflexos positivos 64 Human Relations Positive impacts 67 Relaciones Humanas Reflejos positivos 70 Negócios Mundo digital de oportunidades 74 Business Digital world of opportunities 78 Negócios Mundo digital de oportunidades 79 Panorama Implementos rodoviários em números Overview Road implements in numbers Visión general Los números de la industria de implementos viales 82 Empresas associadas O mapa da Indústria Brasileira de Implementos Rodoviários Member companies Map of the Brazilian Road Implements Industry Empresas asociadas El mapa de la Industria Brasileña de Implementos Viales 92 Entidades Entidades brasileiras de relacionamento do setor Entities Brazilian road implements industry network Entidades Entidades brasileñas de contacto en el sector 158 Anunciantes Empresas que prestigiam e viabilizam a realização desta edição Advertisers The companies that have made this issue possible Anunciantes Las empresas que dan prestigio y permiten la realización de esta edición 161 7
10 PALAVRA DO PRESIDENTE A WORD FROM THE PRESIDENT | PALABRAS DEL PRESIDENTE © Yingyaipumi | Adobe Stock® © Librelato O ano da CONSOLIDAÇÃO
11 O desafio imposto pelas circunstâncias provocadas pela pandemia e que trouxe reflexos negativos a economia do Brasil foi superado. O ano de 2021 entra para nossa história como mais um em que os fabricantes de implementos rodoviários, de forma eficiente, souberam contornar os percalços surgidos no período à economia do Brasil. Temos diante de nós 2022 e, com nossa experiência acumulada somada aos sinais positivos do ambiente econômico, poderemos ter pela frente um período favorável aos negócios. Portanto, poderá ser o nosso ano da consolidação em um novo patamar de mercado. Os problemas enfrentados no ano passado, como a falta de componentes e matérias-primas, foram contornados. O trabalho para vencer esse obstáculo exigiu dos associados da ANFIR a aplicação de suas melhores habilidades gerenciais e disposição para negociar com os fornecedores. Afinal, a crise afetou toda a cadeia industrial. Internamente, as empresas associadas à ANFIR estavam preparadas para enfrentar esse quadro. Nossas plantas industriais se adequaram à produção mais eficiente entre 2018 e 2019, logo após os recuos registrados nos negócios de 2015 e 2017. Cortes e ajustes, assim como alteração em operações industriais, já haviam sido feitos. O sucesso dessas ações garantiu a manutenção do fornecimento de implementos das linhas Leve e Pesada aos clientes nos mais variados segmentos de negócios. Do agronegócio à construção civil, do transporte de produtos perecíveis à distribuição urbana, as empresas foram atendidas por nossa indústria. Ao longo de 2021 verificamos a evolução natural no ritmo de emplacamentos. A cada trimestre o desempenho melhorou. Por isso, ao final do ano, pudemos celebrar o melhor resultado de emplacamentos dos últimos sete anos. Nas páginas seguintes estão os números detalhados dessa conquista mas, em resumo, foram 163 mil implementos emplacados no ano passado, ante 122 mil em 2020, crescimento de nada menos do que 33%. Outro dado interessante observado em 2021 foi a força na idéia do associativismo. Como se sabe, em tempo de crise é comum entidades empresariais registrarem redução em seus quadros. Com a ANFIR foi diferente. No ano passado cinco empresas, de fato, deixaram a entidade, mas outras seis ingressaram em nossos quadros. Uma demonstração clara da confiança do empresário no modelo de associativismo. A ANFIR representa 142 empresas que se dedicam a fabricar implementos rodoviários e demais equipamentos agregados a eles, com faturamento de R$ 13,5 bilhões no ano passado. No universo de cargas que circulam por via terrestre no Brasil, mais de 60% fazem seu traslado em um implemento rodoviário. Juntos enfrentamos diversas crises e juntos encontramos soluções para nos manter operando, sem deixar de atender nossos clientes. Não será diferente em 2022. Continuamos firmes e fortes e elegemos um slogan que vai conduzir nossas ações com muita responsabilidade para transportar dois terços da riqueza deste País: O Brasil produz, a Anfir conduz! José Carlos Sprícigo Presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários, ANFIR
14 El desafío impuesto por las circunstancias provocadas por la pandemia, y que trajo reflejos negativos para la economía de Brasil, fue superado. El año de 2021 entra para nuestra historia como uno más en el que los fabricantes de implementos viales, de manera eficiente, supieron contornar los percances que surgieron en el periodo. Tenemos delante al año de 2022 y, con nuestra experiencia acumulada – sumada a las señales positivas del ambiente económico – podremos tener por delante un periodo favorable para los negocios. Por lo tanto, podrá ser nuestro año de la consolidación en un nuevo nivel de mercado. Los problemas enfrentados el año pasado, como la falta de componentes y materias-primas, se contornaron. El trabajo para vencer ese obstáculo exigió de los asociados de ANFIR la aplicación de sus mejores habilidades gerenciales y disposición para negociar con los proveedores. A fin de cuentas, la crisis afectó toda la cadena industrial. Internamente, las empresas asociadas a ANFIR estaban preparadas para enfrentar ese panorama. Nuestras plantas industriales se adecuaron a la producción más eficiente entre 2018 y 2019, luego de los retrocesos registrados en los negocios en 2015 y 2017. Cortes y ajustes, bien como modificaciones en operaciones industriales, ya se habían hecho. El éxito de esas acciones aseguró el mantenimiento del suministro de implementos de las líneas liviana y pesada para los clientes en los más variados segmentos de negocios. De la agroindustria a la construcción civil, del transporte de productos perecibles a la distribución urbana, las empresas fueron atendidas por nuestra industria. A lo largo del 2021, verificamos una evolución natural en el ritmo de licencias. A cada trimestre, el desempeño mejoró. Y por ello, al final del año, pudimos celebrar el mejor resultado en las licencias de los últimos siete años. En las páginas siguientes, encontrarán los números detallados de ese logro, pero, en resumen, hablamos de 163 mil implementos licenciados el año pasado, frente a los 122 mil del 2020, un crecimiento de nada menos que el 33 %. Otro dato interesante observado en 2021, fue la fuerza que tuvo la idea del asociacionismo. Como se sabe, en tiempos de crisis, es común que entidades empresariales registren reducción en sus plantillas. Con ANFIR fue distinto. El año pasado, cinco empresas, efectivamente, dejaron la entidad, pero otras seis ingresaron. Una clara demostración de la confianza del empresario en el modelo del asociacionismo. ANFIR representa 142 empresas que se dedican a fabricar implementos viales y otros equipos agregados, con ingresos de R$ 13,5 billones el año pasado. En el universo de las cargas que circulan por vía terrestre en Brasil, más del 60 % lo hacen en un implemento vial. Juntos enfrentamos diversas crisis, y juntos encontramos soluciones para mantenernos operativos, sin dejar de atender a nuestros clientes. No será distinto en el 2022. Seguimos firmes y fuertes, y elegimos un eslogan que conducirá nuestras acciones con mucha responsabilidad en el transporte de dos tercios de la riqueza de este país: Brasil produce, Anfir conduce! José Carlos Sprícigo presidente de ANFIR The challenge of the pandemic that hit Brazil’s economy was overcome. 2021 has gone down as another year when manufacturers of highway implements had to get through hard times. In 2022, with our experience and positive economic signs, we may have a favorable period for business ahead. So, it could be our year of consolidation at a new market level. The problems faced last year, such as the shortage of components and raw materials, were worked around. This effort required ANFIR members to apply their best managerial skills and be willing to negotiate with suppliers. After all, the crisis affected the entire industrial chain. Internally, ANFIR member companies were prepared to face this situation. Our industrial plants were adapted to the most efficient production between 2018 and 2019, right after the declines seen in 2015 and 2017. Cuts and adjustments, as well as changes in industrial operations, had already been made. The success of these actions ensured the maintenance of the supply of implements in Light and Heavy lines to customers in the most varied business segments. From agribusiness to civil construction, from the transport of perishable products to urban distribution, companies were served by our industry. Throughout 2021 we witnessed natural evolution in sales. With each quarter, performance improved. At the end of the year, we were able to celebrate the best results in the last seven years. The following pages detail the numbers behind this achievement but, in summary, 163,000 implements were sold last year, compared with 122,000 in 2020 - growth of no less than 33%. Another interesting fact in 2021 was the strength observed in membership. As we know, a lot of business associations have seen a reduction in their numbers. With ANFIR it was different. Last year five companies left us, but six others joined. This is a clear demonstration of entrepreneurs’ confidence in this model of representation. ANFIR represents 142 companies dedicated to manufacturing road implements and other equipment added, with revenues of R$ 13.5 billion last year. More than 60% of cargo transport in Brazil is by road. Together, we have faced crises and together we have found solutions to keep us operating, while serving our customers. It will be no different in 2022. We stand firm and have created a slogan that will drive our action with the responsibility to transport two-thirds of the wealth of this country: Brazil produces, ANFIR drives! José Carlos Sprícigo president of ANFIR PALAVRA DO PRESIDENTE A WORD FROM THE PRESIDENT | PALABRAS DEL PRESIDENTE 2022: año de la consolidación. 2022: a year of consolidation.
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16 EDITORIAL FROM THE EDITORS | EDITORIAL Foi para lá de desafiador, mas o pantanoso trajeto de 2021 foi cumprido pela indústria nacional de implementos rodoviários com desempenho que só confirma a resiliência de um setor que tem em seu currículo outros tantos períodos de adversidades igualmente superados. Então como não comemorar vendas de 162,6 mil implementos negociados no mercado interno, 33,4% acima do total registrado em 2020? O resultado superou a melhor estimativa da própria ANFIR, que até novembro projetava que cerca de 156 mil unidades poderiam chegar às ruas no transcorrer dos doze meses. José Carlos Spricigo, presidente da entidade, entende que o desempenho confirmou que o setor soube aproveitar as oportunidades de mercado, apesar da continuidade das intempéries geradas pela pandemia da Covid-19 e que já impactavam a economia desde o ano anterior. E não só. Spricigo lembra que a indústria de implementos, assim como a de outros segmentos, teve que driblar simultaneamente também, em diversos momentos de 2021, a falta de matérias-primas e componentes. “Mas as empresas acabaram achando soluções”, comemora. Os emplacamentos de Pesados, representados por Reboques e Semirreboques participaram com 55,5% das vendas. No caso, o mercado transportador absorveu 90,3 mil unidades de modelos da categoria em 2021, alta de 34% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando fechou com 67,4 mil veículos entregues. As entregas de Carrocerias sobre Chassi, implementos classificados como Leves, somaram no ano passado 73,3 mil produtos, volume 32,8% superior ao apurado um ano antes, de 54,5 mil unidades. Fatores externos como o aumento da imunização em escala nacional e o desempenho positivo contínuo do agronegócio, da construção civil e do e-commerce contribuíram para o resultado, avalia a ANFIR. “A partir dessa conjuntura houve a evolução natural, ao longo do ano, no ritmo de emplacamentos. A cada trimestre o desempenho cresceu. A pequena redução registrada no quarto período com relação ao terceiro pode ser atribuída ao calendário que apresentou menos dias de trabalho.” Assim, até mesmo as exportações reagiram. E reagiram muitíssimo bem! Ao longo do ano passado, deixaram o Brasil rumo a diversos mercados sul-americanos nada menos do que 5.064 implementos contra 2.513 em 2020. Ou seja, uma evolução superior a 100%! Spricigo antevê que essa reação registrada em 2021 seja consolidada no transcorrer deste ano. O presidente da ANFIR nutre expectativa de que o mercado interno possa avançar cerca de 10%, um índice menor do que o do ano passado, mas sobre uma base comparativa muito mais forte e que pode sinalizar a sustentação de uma curva novamente ascendente para a indústria nacional de implementos! Os editores Agora sobre bases mais fortes Após superar um ano difícil como poucos, a indústria de implementos espera novo crescimento em 2022
17 © djmilic | Adobe Stock® Now on a firmer footing It was beyond challenging, but 2021 was survived by the national highway implement industry with performance that only confirms the resilience of a sector that has been through so many other periods of adversity. So, how can we not celebrate sales of 162,600 implements in the domestic market, 33.4% up on 2020? The result surpassed the most optimistic forecast by ANFIR, which up to November projected sales of about 156,000 units in the year. José Carlos Spricigo, president of ANFIR, says the performance confirmed that the sector knew how to take advantage of market opportunities, despite the continued crisis caused by the Covid-19 pandemic which had impacted the economy since the previous year. And not only that, Spricigo recalls that the implement industry, as well as other segments, had to deal simultaneously in 2021 with a shortage of raw materials and components. “But the companies found solutions,” he says. Heavy implements, made up of trailers and semitrailers, accounted for 55.5% of sales. The transporter market bought 90,300 units in 2021, up by 34% on the year before, when 67,400 units were delivered. Bodies on chassis, classified as Light, totaled 73,300 units last year, up by 32.8% on the previous year’s 54,500 units. External factors, such as increased vaccination on a national scale and the continued positive performance of agribusiness, construction, and e-commerce, contributed to the result, says ANFIR. “This scenario brought about natural evolution, throughout the year, in sales. With each quarter, performance improved. The small reduction in the fourth quarter on the third can be attributed to the lower number of business days.” Even exports improved. Last year, Brazil exported no fewer than 5,064 implements to South America, compared with 2,513 in 2020. That is growth of more than 100%! Spricigo says this reaction in 2021 will be consolidated this year. He expects the domestic market to grow by about 10%, a lower rate than last year but on a much stronger comparative basis which may signal the continued recovery of Brazil’s highway implement industry! The editors After getting through an especially difficult year, the highway implement industry expects new growth in 2022
18 Mucho más que un desafío. Pero, al fin, la industria nacional de implementos viales pudo cumplir el pantanoso trayecto del 2021 con un desempeño que solo hace por confirmar la resiliencia de un sector que trae en su currículo otros tantos periodos de adversidades, igualmente superados. Entonces, ¿cómo no vamos a celebrar las ventas de 162,6 mil implementos negociados en el mercado interno, 33.4 % más que el total registrado en 2020? El resultado superó la mejor estimativa de la propia ANFIR, que hasta noviembre pronosticaba que algo como 156 mil unidades podrían alcanzar las calles en el transcurso de los doce meses. José Carlos Spricigo, presidente de la entidad, entiende que el desempeño confirmó que el sector supo aprovechar las oportunidades del mercado, a pesar de la continuidad de las intemperies generadas por la pandemia del covid-19, las cuales ya impactaban la economía desde el año anterior. Y no solamente eso. Spricigo recuerda que la industria de implementos, bien como la de otros segmentos, también tuvo que fintar simultáneamente en diversos momentos del 2021 la falta de materias primas y componentes. “Pero las empresas acabaron hallando soluciones”, celebra. Las licencias de pesados, representados por remolques y semirremolques, participaron con el 55.5 %de las ventas. En el caso, el mercado transportista absorbió 90,3 mil unidades de modelos de la categoría en el 2021, alta del 34 % con relación al mismo periodo del año anterior, cuando se entregaron 67,4 mil vehículos en el cierre. Las entregas de carrocerías sobre chasis, implementos clasificados como livianos, sumaron 73,3 mil productos el año pasado, volumen 32.8 %superior a lo recaudado un año antes, con 54,5 mil unidades. Factores externos como el aumento de la inmunización en escala nacional, bien como el continuo desempeño positivo de la agroindustria, construcción civil y cibercomercio, contribuyeron para el resultado, evalúa ANFIR. “A partir de esa coyuntura, se dio la evolución natural del ritmo de las licencias a lo largo del año. El desempeño fue creciendo a cada trimestre. La pequeña reducción registrada en el cuarto periodo con relación al tercero se le puede atribuir al calendario, que presentó menos días laborales.” De esa manera, incluso las exportaciones reaccionaron. ¡Y lo hicieron muy bien! A lo largo del año pasado, salieron de Brasil hacia diversos mercados sudamericanos nada menos que 5.064 implementos, versus los 2.513 del 2020. O sea, ¡una evolución superior al 100 %! Spricigo ve de antemano que esa reacción registrada en el 2021 se consolidará en el transcurso de este año. El presidente de ANFIR nutre la expectativa de que el mercado interno pueda avanzar algo como el 10 %, índice menor que el del año pasado, pero sobre una base de comparación mucho más fuerte, y que puede señalar el sustento de una curva nuevamente ascendente para la industria nacional de implementos. Los editores EDITORIAL FROM THE EDITORS | EDITORIAL Tras superar un año difícil como pocos, industria de implementos espera nuevo crecimiento en 2022 Ahora sobre bases más fuertes
20 PERSPECTIVAS OUTLOOK | PANORAMA Entidades do setor automotivo não vêem espaço para crescimento robusto este ano
21 © ako photography | Adobe Stock® CAUTELA Em uma das projeções mais difíceis da história, como admitiu a direção da Anfavea no início do ano, as entidades do setor automotivo estão apostando em crescimento dos negócios em 2022, mas em índice modesto, em geral de apenas um dígito. São vários os fatores que impedem maior otimismo no setor, dentre os quais as restrições na oferta de produtos gerada pela falta de semicondutores, a alta dos juros e da inflação e maiores dificuldades na obtenção de crédito. Também pesa o fato de ser um ano eleitoral e a desaceleração das vendas no começo do ano por causa da disseminação da variante ômicron. No cômputo das projeções das entidades que representammontadoras, concessionárias, autopeças e o transporte no País, a Anfavea é a que aposta em maior índice de expansão em 2022. Projeta alta de 9,4% na produção, com 2,46 milhões de unidades de veículos, incluindo leves e pesados, e de 8,5% nas vendas internas, que atingiriam 2,3 milhões de veículos.
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24 O segmento de caminhões, na avaliação da Anfavea, pode crescer até 10%, para 157 mil unidades, enquanto o de automóveis e comerciais leves terá alta um pouco menor, na faixa de 8,4%, para 2,14 milhões de unidades. Já a Fenabrave estima expansão de apenas 4,6% no número de emplacamentos, para cerca de 2,22 milhões de unidades. Por segmento, o menor índice seria nos automóveis, de apenas 2,9%, com algo próximo a 1,6 milhão de emplacamentos. As vendas de caminhões teriam expansão maior, de 7,3%, para cerca de 136,6 mil unidades. A projeção do Sindipeças, de alta de 4,8% no faturamento da indústria de autopeças, é similar à da Fenabrave. Também o presidente da NTC&Logística, Francisco Pelucio, não vê espaço para uma retomada substancial em 2022: “O transporte de carga é reflexo do Produto Interno Bruto, de duas a três vezes o seu índice. Como a perspectiva é de um crescimento muito baixo do PIB, o setor não temmuita expectativa. Sem contar que a escalada de aumento dos insumos, caso continue, pode atrapalhar bastante”. O presidente da Anfavea, Luiz Carlos Mo- raes, comenta que, ao contrário dos anos anteriores, desta vez as projeções não estão levando em conta o potencial do consumo. O peso maior é o da oferta, ainda afetada pela falta de componentes eletrônicos. Ele lembra, inclusive, que a variante ômicron não foi levada em conta nas previsões da entidade. De positivo em 2022, segundo Moraes, o agronegócio e a demanda reprimida de 2021, que pode propiciar vendas deste ano não concretizadas no semestre passado. “Mas o desemprego e a alta dos juros e da inflação preocupa, assim como as projeções de um PIB praticamente estável”, comenta o executivo, reconhecendo riscos adicionais advindos do processo eleitoral e do necessário equilíbrio fiscal. O presidente da Fenabrave, José Maurício Andreta Júnior, reconhece que 2021 foi um ano complexo e que ainda há dúvidas quanto ao PERSPECTIVAS | OUTLOOK | PANORAMA Francisco Pelucio, presidente da NTC&Logística © NTC&Logística Luiz Carlos Moraes, presidente da ANFAVEA © João Luiz Oliveira | Technifoto
25 comportamento do mercado ao longo deste ano. Mas acredita que, a princípio, há espaço para o mercado seguir crescendo, embora reconheça que a alta dos juros merece atenção. “As instituições financeiras têm se mostrado mais seletivas na liberação de crédito”, pondera. O presidente da NTC&Logística, por sua vez, lembra que o primeiro semestre de 2021 foi muito bom, mas alega que os últimos seis meses do ano decepcionaram. “O transporte rodoviário de carga sofreu com as incertezas causadas pela pandemia, assim como também pelos elevados aumentos dos insumos”, comenta Pelucio, citando as altas de 51,3% no aditivo Arla32, de 45,6% no combustível, de 34,12% no preço dos veículos e de 24,83% na rodagem. “Fato favorável em 2021 é que não tivemos um PIB negativo”. Dan Ioschpe, do Sindipeças, diz que a evolução da covid-19 ainda dificulta as projeções no Brasil e no mundo. “Espera-se um ano mais favorável no lado da oferta, porémmais desafiador no lado da demanda, por conta da inflação elevada, dos juros decorrentes e dos efeitos disso na atividade econômica”, destaca o empresário. Pelas projeções preliminares do Sindipeças, o setor pode fechar 2022 com faturamento nominal da ordem de R$ 166 bilhões, o que representaria crescimento de 4,8%. São números que, segundo Ioschpe, ainda poderão ser revistos a partir, inclusive, da consolidação do balanço de 2021. “Vamos seguir vigilantes e ativos para que possamos virar essa página em breve. Porém, para que o crescimento seja perene e sustentável, defendemos agenda que elimine os entraves horizontais à competitividade, que atingem todos os setores da economia em nosso País. Assim como políticas públicas que acelerem a inovação e nossa integração ao mundo, preferencialmente por meio de acordos internacionais.” Dan Ioschpe, presidente do Sindipeças © Sindipeças © Fenabrave José Maurício Andreta Júnior, presidente da FENABRAVE
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28 PERSPECTIVAS | OUTLOOK | PANORAMA As Anfavea said at the beginning of the year, automotive entities are forecasting only modest, single-digit growth for 2022. Caution over 2022 Several factors influence this, among them a shortage of semiconductors, high interest rates, inflation, and squeezes on credit. Also, it is an election year and sales at the beginning of the year were hindered by the spread of the omicron variant. Representing automakers, dealers, auto parts and transport companies, Anfavea forecasts the largest growth in 2022 in production, at 9.4%, to 2.46 million light and heavy vehicles. It forecasts 8.5% growth in domestic sales, to 2.3 million vehicles. The truck segment, says Anfavea, could see production grow by 10%, to 157,000 units, while the car and light commercial segment see slightly lower growth, of 8.4%, to 2.14 million units. Fenabrave estimates growth of only 4.6% in the number of vehicles licensed, to about 2.22 million units. By segment, the lowest rate is in cars, at only 2.9%, with something close to 1.6 million units licensed. Truck sales should increase by 7.3%, to about 136,600 units. Sindipeças’ forecast of a 4.8% increase in the auto parts industry’s revenues, is similar to Fenabrave’s. Also, the president of NTC&Logística, Francisco Pelucio, sees no substantial recovery in 2022. “Cargo transport reflects gross domestic product, two to three times its index. As the outlook is for very low GDP growth, the sector does not have high expectations. Not to mention that if inputs prices continue to increase, it will hold growth back a lot,” says Pelucio. The president of Anfavea, Luiz Carlos Moraes, says that, unlike previous years, projections are not considering the potential for consumption. The greatest weight is supply, still affected by the shortage of electronic components. He adds that the omicron variant was not taken into account in the entity’s forecasts. On the plus side in 2022, says Moraes, are agribusiness and pent-up demand from 2021, which could boost sales of this year. “But unemployment and rising interest rates and inflation are worrying, as are projections for stable GDP,” he said, acknowledging additional risks arising from the elections and fiscal issues. Fenabrave President, José Maurício Andreta Júnior, acknowledges that 2021 was a complex year and that there are still doubts about the market this year. But he believes there is room for the market to continue to grow, although he says the rise in interest rates deserves attention. “Financial institutions have been more selective in releasing credit,” he says. The president of NTC&Logística, for his part, recalls that the first half of 2021 was very good, but the second half of the year disappointed. “Road freight transport suffered from the uncertainties caused by the pandemic, as well as the hike in inputs prices,” Pelucio says, citing the increases of 51.3% in the additive Arla32, 45.6% in fuel, 34.12% in the price of vehicles, and 24.83% in transport. “A good thing in 2021 was that we did not have negative GDP,” he says. Dan Ioschpe of Sindipeças, says the pandemic still hampers projections in Brazil and around the world. “A more favorable year on the supply side is expected, but more challenging on the demand side, due to high inflation, interest rates, and the effects on economic activity,” he says. According to Sindipeças’ preliminary projections, the sector may close 2022 with nominal revenues of R$ 166 billion, which would represent growth of 4.8%. These are figures that, according to Ioschpe, can still be revised from the consolidation of the 2021 balance sheet. “We will remain vigilant and active to turn this page soon. However, for growth to be perennial and sustainable, we advocate an agenda that eliminates horizontal barriers to competitiveness, which affect all sectors of the economy in our country. We also need public policies that accelerate innovation and our integration into the world, preferably through international agreements. “
29 Entidades del sector automotriz no ven espacio para crecimiento robusto este año Cautela con 2022 En una de las proyecciones más difíciles de la historia, como lo admitió la dirección de Anfavea al inicio del año, las entidades del sector automotriz están apostando en el crecimiento de los negocios en 2022, pero con índice modesto, en general, de apenas un dígito. Son varios los factores que impiden un mayor optimismo en el sector, entre los cuales están las restricciones en la oferta de productos generadas por la falta de semiconductores, alta de los intereses y de la inflación y mayores dificultades en obtener crédito. También pesa el hecho de ser un año electoral, y la reducción del ritmo de las ventas al inicio del año por la diseminación de la variante ómicron. En la cuenta de las proyecciones de las entidades que representan montadoras, concesionarias, autopartes y el transporte en el país, Anfavea es la que apuesta en mayor índice de expansión en 2022. Proyecta un alta del 9.4 % en la producción, con 2,46 millones de unidades de vehículos, incluyendo livianos y pesados, y del 8.5 % en las ventas internas que llegaron a los 2,3 millones de vehículos. El segmento de camiones, según evalúa Anfavea, puede crecer hasta el 10 %, para las 157 mil unidades, mientras que el de automóviles y comerciales livianos tendrá alta un poco menor, en la franja del 8.4 %, para los 2,14 millones de unidades. Ya Fenabrave, estima expansión de apenas 4.6 % en el número de licencias para aproximadamente 2,22 millones de unidades. Por segmento, el menor índice seria en los automóviles, de apenas 2.9 %, con algo cercano a los 1,6 millones de licencias. Las ventas de camiones tendrían mayor expresión, del 7.3 %, para aproximadamente 136,6 mil unidades. La proyección de Sindipeças, de alta del 4.8 % en la facturación de la industria de autopartes, es similar a la de Fenabrave. Igualmente, el presidente de NTC&Logística, Francisco Pelucio, no encuentra espacio para una retomada sustancial en 2022: “El transporte de carga es reflejo del producto interno bruto, de dos a tres veces su índice. Como la perspectiva es de un muy bajo crecimiento del PIB, el sector no tiene mucha expectativa. Sin mencionar que la escalada de aumento de los insumos, si continúa, puede dificultar bastante”. El presidente de Anfavea, Luiz Carlos Moraes, comenta que, al contrario de los años anteriores, esta vez las proyecciones no están llevando en cuenta el potencial del consumo. El mayor peso es el de la oferta, aún afectada por la falta de componentes electrónicos. Él recuerda, incluso, que la variante ómicron no fue tomada en cuenta en las previsiones de la entidad. De positivo en 2022, según Moraes: la agroindustria y la demanda reprimida de 2021, que puede propiciar ventas de este año – no concretadas en el semestre pasado. “Pero el desempleo y el alza de los intereses y de la inflación preocupan, como también las proyecciones de un PIB prácticamente estable”, comenta el ejecutivo, reconociendo riesgos adicionales procedentes del proceso electoral y del necesario equilibrio fiscal. El presidente de Fenabrave, José Maurício Andreta Júnior, reconoce que 2021 fue un año complejo y que aún hay dudas respecto al comportamiento del mercado a lo largo de este año. Pero cree que, en un primer momento, hay espacio para que el mercado siga creciendo, aunque reconozca que el alza de los intereses merece atención. “Las instituciones financieras se han estado mostrando más selectivas en la liberación de crédito”, pondera. El presidente de NTC&Logística, a su vez, recuerda que el primer semestre de 2021 fue muy bueno, pero afirma que los últimos seis meses del año han decepcionado. “El transporte vial de carga sufrió con la incertidumbre ocasionada por la pandemia, así como también por los elevados aumentos de los insumos”, comenta Pelucio, citando las alzas del 51.3 % en el aditivo Arla32, del 45.6 % en el combustible, del 34.12 % en el precio de los vehículos, y del 24.83 % en rodaje. “Un hecho favorable del 2021 es que no tuvimos un PIB negativo”. Dan Ioschpe, de Sindipeças, dice que la evolución del covid-19 aún dificulta las proyecciones en Brasil y en el mundo. “Se espera un año más favorable de parte de la oferta, pero más desafiador de parte de la demanda, por la alta inflación, por los intereses, y los efectos de todo esto en la actividad económica”, destaca el empresario. Por las proyecciones preliminares de Sindipeças, el sector puede cerrar 2022 con facturación nominal de R$ 166 billones, lo que representaría un crecimiento del 4.8 %. Son números que, según Ioschpe, aún pueden ser revisados a partir, incluso, de la consolidación del balance del 2021. “Vamos a seguir vigilantes y activos para que podamos voltear la página pronto. Sin embargo, para que el crecimiento sea perenne y sostenible, defendemos una agenda que elimine los obstáculos horizontales hacia la competitividad que golpean todos los sectores de la economía de nuestro país. Y también políticas públicas que aceleren la innovación y nuestra integración con el mundo, preferentemente a través de tratos internacionales.”
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32 ECONOMIA ECONOMY | ECONOMÍA Um cenário de muitas Passados dois anos de intensa instabilidade econômica causada no mundo todo pela pandemia de coronavírus, com forte queda dos negócios em 2020 e forte retomada deles em 2021 com a Covid-19 melhor controlada pela vacinação, a economia brasileira começa a retornar ao seu ritmo real, mas as perspectivas são negativas. O cenário traçado por analistas para 2022 é de muita instabilidade e estagnação, desta vez uma condição alimentada por inflação alta e persistente, puxando juros para cima e renda para baixo. A pandemia ainda ameaça e desestabiliza as cadeias produtivas no mundo todo, mas em grau mais controlado. No Brasil, são as expectativas de risco político trazido pelo ano eleitoral que ponderações
33 pioram o cenário, com a promessa de aumentar ainda mais a volatilidade dos ativos financeiros, provocando desequilíbrios constantes. “Eleições no Brasil têm alto potencial de alimentar instabilidades, podem provocar fuga de capital e levar muito rápido a taxa de câmbio a R$ 7,00, o que traz novos choques inflacionários, alta de juros e comprime renda. O maior risco é a política contaminar a economia que já está fragilizada e fazer o PIB cair abaixo das expectativas, que já não são boas”, avalia a economista Tereza Fernandez, da consultoria em análise macroeconômica da MB Associados, responsável pela assessoria econômica da Fenabrave, associação que integra os concessionários de veículos. Economia deprimida O PIB brasileiro caiu 4,1% em 2020, subiu 4,5% em 2021 – apenas o suficiente para recuperar parte das perdas – e agora a média das projeções apontam para estagnação em 2022, como é o caso da MB Associados, mas analistas já projetam retração iminente da economia. “O primeiro semestre de 2021 foi bom, mas no terceiro e quarto trimestres vimos que a recuperação perdeu tração, decepcionou, diante da forte elevação da inflação (IPCA de 10% em 2021) e consequente puxada dos juros (Selic saltou de 2% ao ano no fim de 2020 para 12,75% no começo de maio), que já começou a bater forte na economia. Com isso não é mais possível crescer em 2022”, afirma Pedro Renault, vice-presidente de pesquisa econômica do Itaú BBA, que projeta queda de 0,5% do PIB este ano. Nas estimativas do Itaú BBA, a fatia do PIB que mais perde tração este ano é a indústria, sempre mais sensível à retração da economia, que deve fechar 2022 com queda de 2,4%. O setor de serviços fica quase estável, com ligeiro recuo de 0,2%, “porque já caiu muito nos dois anos anteriores, tende a melhorar se a pandemia se estabilizar, mas também sofre com a retração da renda e do consumo”, explica Pedro Renault. Inflação alta, renda em baixa e eleições contaminam a economia © ra2 studio | Adobe Stock®
34 ECONOMIA | ECONOMY | ECONOMÍA O agronegócio é o único setor que segue crescendo no Brasil, porque depende mais de exportações do que do mercado interno. O Itaú BBA espera avanço de 1,3% no PIB da agropecuária, compensando parte da queda dos outros setores econômicos. Mas também esse porcentual poderia ser melhor, em torno de 5%, sem o problema da seca que atingiu a região Sul e partes do Sudeste e Centro-Oeste, gerando perdas importantes na safra de grãos e outros produtos agrícolas. “Juros, emprego e crédito vão na contramão do crescimento. Só sobrou o agronegócio, porque o mercado externo segue comprador, especialmente a China, ainda que em menor velocidade. Mesmo assim, alta nos preços das commodities agrícolas internacionais, problemas de seca e abastecimento são fatores que pressionam a inflação aqui dentro”, pondera Tereza Fernandez. Inflação descontrolada O descontrole da inflação em 2021 foi contratado ainda em 2020 pela alta dos preços do atacado em 2020, com aumentos generalizados de insumos industriais na casa dos 50%, que este ano já pararam de subir com tanta intensidade, mas chegaram com força ao consumidor. O IPCA de 12 meses saiu de 4% ao fim de 2020 e subiu para quase 10,4% em janeiro de 2022. Como as forças que empurraram o índice inflacionário para cima demoram a se dissipar, o mercado já espera IPCA acima de 5,4% ao fim de 2022. O principal fator inflacionário de 2021 segue ativo este ano: a alta dos combustíveis (diesel, gasolina, etanol e GLP), responsável por quase metade do IPCA anual, continua alimentada pela combinação de elevação substancial dos preços do petróleo com a desvalorização cambial, colocando o dólar sempre acima dos R$ 5,00 e chegando a encostar nos R$ 6,00. Ambos os fatores de risco continuam: o petróleo segue pressionado pelo consumo mundial elevado e pela guerra da Rússia com a Ucrânia ao mesmo tempo em que a instabilidade política brasileira pode jogar o câmbio para patamares superiores aos atuais, fazendo o controle da inflação desandar. Juros para cima, PIB para baixo A maioria dos analistas, incluindo Itaú BBA e MB Associados, estima, que para conter a inflação em torno dos 5% este ano, o Banco Central pode pesar ainda mais a mão se a volatilidade romper os limites esperados puxando a Selic acima dos 13%, o que tem potencial empurrar o PIB quase 1% para baixo. “Os desequilíbrios das cadeias produtivas causados pela pandemia desde 2020 aumentaram a pressão inflacionária no mundo inteiro. Com isso, os estímulos ao crescimento já não são os mesmos. A economia mundial deverá crescer em 2022, mas com grandes diferenças entre países desenvolvidos e emergentes, que têm menos poder econômico”, avalia Pedro Renault. Ele exemplifica: “Nos Estados Unidos [para conter a inflação de 7% em 2021] o Fed deve subir o juro de 1% para 2% até o fim deste ano. Não é um cavalo-de-pau na economia como está acontecendo aqui”, indica. O juro brasileiro nas alturas, a maior taxa real do mundo, está deprimindo a economia, retirando renda do consumo e ampliando o desemprego, que no fim de 2021 atingia 12,4 milhões de pessoas, ou 11,6% da população ativa. Ao mesmo tempo, a renda mensal média dos ocupados – cada vez mais empurrados para o mercado informal, sem carteira assinada e com salário mais baixos – baixou de R$ 2.757 no fim de 2020 para R$ 2.444 um ano depois, o menor valor da série histórica iniciada pelo IBGE em 2012. Pedro Renault lembra ainda que não existem mais os mesmos estímulos ao crescimento de 2020 e 2021. Como exemplo, ele cita o Auxílio Brasil direcionado à população de baixa renda de até R$ 400 mensais, que em todo o ano de 2022 deverá injetar de R$ 50 bilhões a R$ 60 bilhões extras em relação ao que faria o Bolsa Família, enquanto o antigo auxílio emergencial de R$ 600 distribuído em boa parte do primeiro ano da pandemia colocou mais de R$ 50 bilhões por mês na economia.
36 After two years of global economic turbulence caused by the Covid-19 pandemic, with a sharp fall in business in 2020 and a strong recovery in 2021 after vaccination, the Brazilian economy is beginning to get back to normal, but the outlook is bleak. For 2022, analysts expect instability and stagnation, fueled by rising inflation, driving up interest rates and eating away at purchasing power. The pandemic still threatens and destabilizes production chains around the world, but to a lesser degree. In Brazil, it is the political risk created by elections that aggravate the scenario, with the promise of added volatility in financial assets causing surprises. “Elections in Brazil have a lot of potential to create instability, leading to capital flight that could push the exchange rate quickly up to R$ 7.00, causing inflationary shocks, high interest rates, and eroding income. The biggest risk is the contamination of an already shaky economy and GDP growth below expectations, which are already not good,” says economist Tereza Fernandez, of macroeconomic analysis consultancy MB Associados, responsible for economic advisory at Fenabrave, an association that represents vehicle dealers. Weak economy - Brazil’s GDP fell by 4.1% in 2020, rose by 4.5% in 2021 – just enough to recover some of the losses – and now the average projections point to stagnation in 2022, with a shrinking of the economy also being forecast now. “The first half of 2021 was good, but in the third and fourth quarters we saw that the recovery lost traction with high inflation (IPCA 10% in 2021) and the hike in the basic interest rate (Selic up from 2% at the end of 2020 to 10.75% in February), which has hit the economy hard. Growth is impossible in 2022,” says Pedro Renault, vice president of economic research at Itaú BBA, which forecasts GDP of 0.5% this year. Itaú BBA says industry, which is always more sensitive to a weak economy, is expected to close 2022 with shrinkage of 2.4%. The service sector will shrink by 0.2%. “It has shrunk a lot in the last two years, picked up as the pandemic stabilized, but is suffering from the erosion of income and falling demand,” says Renault. Agribusiness is the only sector that continues to grow in Brazil, because it depends more on exports than on the domestic market. Itaú BBA expects an increase of 1.3% in agricultural GDP, offsetting part of the decline of other economic sectors. But also this percentage could be better, around 5%, without the problem of drought that hit the South and parts of the Southeast and Midwest, generating important losses in the harvest of grains and other agricultural products. “Interest, employment and credit go against growth. Agribusiness is only left, because the foreign market follows buyers, especially China, even at a lower speed. Even so, high prices of international agricultural commodities, drought and supply problems are factors that put pressure on inflation in here,” says Tereza Fernandez. Runaway inflation - Runaway inflation in 2021 was sparked in 2020 by the rise in wholesale prices, with industrial input prices up by 50%. The IPCA annual inflation rate rose from 4% at the end of 2020 to 10.4% in January 2022. As inflationary pressures take time to ease, the IPCA rate is expected to be more than 5.4% by the end of 2022. The main inflationary factor is fuel, responsible for almost half the IPCA rate, driven by oil prices, with the us dollar always above R$ 5.00, and reaching R$ 6.00. Both factors continue to put pressure on prices. Oil could go over $100 this year because of the global increase in consumption and Russia’s invasion of Ukraine. Political instability in Brazil could see the dollar reach more than R$ 6.00, adding to inflationary pressure. Interest up, GDP down - Most analyst, including Itaú BBA and MB Associados, say that to contain inflation at around 5% this year, the Central Bank has to raise interest rates (Selic) to close to 12% by May, and stop there. However, if volatility worsens, the Central Bank may increase Selic to over 13%, which has the potential to reduce GDP by nearly 1%. “Imbalances in production chains caused by the pandemic since 2020 have increased inflationary pressure worldwide, so growth stimuli are no longer the same. The global economy is expected to grow in 2022, but with large differences between developed and emerging countries, which have less economic power. In the United States [to contain inflation of 7% in 2021] the Fed should raise interest rates from 1% to 2% by the end of this year. It’s not a handbrake on the economy like it is here,” says Renault. Brazil’s interest rates, the highest real rate in the world, are depressing the economy, crushing demand, and increasing unemployment, which at the end of 2021 reached 12.4 million people, or 11.6% of the working population. Much to consider Inflation, falling income, and presidential elections rock the economy ECONOMIA | ECONOMY | ECONOMÍA
37 Tras pasar dos años de intensa inestabilidad económica, ocasionada en todo el mundo por la pandemia del coronavirus, con fuerte caída en los negocios en 2020 y su fuerte retomada en el 2021 gracias a un mejor control del covid-19 por la vacunación, la economía brasileña empieza a retornar su ritmo real. Sin embargo, las perspectivas son negativas. El panorama trazado por los analistas para 2022 es de mucha inestabilidad y estancación, en esta ocasión, una condición alimentada por la inflación alta y persistente que jala los intereses hacia arriba y los ingresos hacia abajo. La pandemia aún amenaza y desestabiliza las cadenas productivas en todo el mundo, pero ahora en un grado más controlado. En Brasil, el panorama empeora por las expectativas de riesgo político que trae el año electoral, se ve venir el aumento de la volatilidad de los activos financieros, lo que provoca desequilibrios constantes. “Elecciones en Brasil tienen el alto potencial de alimentar inestabilidades, pueden provocar la fuga de capital y llevar el cambio rápidamente a R$ 7.00, lo que trae nuevos choques inflacionarios, alta de intereses y comprime los ingresos. El riesgo más grande es que la política contamine la economía, ya delicada, y haga con que el PIB caiga por debajo de las expectativas, las cuales ya no son buenas”, evalúa la economista Tereza Fernandez, de la consultoría en análisis macroeconómica, MB Associados, responsable de la asesoría económica de Fenabrave – asociación que reúne a los concesionarios de vehículos. Economía deprimida - El PIB brasileño cayó el 4.1 %en 2020, subió el 4.5 % en 2021 – apenas lo suficiente para recuperar parte de las pérdidas – y ahora el promedio de las proyecciones apuntan para una estancación en el 2022, como es el caso de MB Associados. Pero analistas ya proyectan una retracción inminente de la economía. “El primer semestre de 2021 fue bueno, pero en el tercer y cuarto trimestres se vio que la recuperación perdió Un panorama de mucha ponderación Inflación alta, ingresos en baja y elecciones contaminan la economía At the same time, average monthly income - increasingly earned in the non-documented market – fell from R$ 2,757 at the end of 2020 to R$ 2,444 a year later, the lowest since records began to be kept by the official office of statistics (IBGE) in 2012. Renault says there are no longer the same incentives for growth as in 2020 and 2021. As an example, the Brazil Aid program for people earning up to R$ 400 a month, is expected to inject between R$ 50 billion and R$ 60 billion more than the former Family Grant would have in 2022, while the emergency aid of R$ 600 issued in the first year of the pandemic put more than R$ 50 billion a month into the economy.
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