22 Já no caso dos pesados, que teve 90,3 mil unidades comercializadas em 2023, alta de 63%, a necessidade de renovação de frota e a tendência de queda dos juros contribuirão para a manutenção dos números positivos. Os segmentos líderes de aquisições de equipamentos rodoviários atualmente são o agronegócio e a construção civil. Entre as oportunidades deste ano, o presidente da Anfir cita a Fenatran: “Tradicionalmente é um evento impulsionador de vendas para o nosso setor e com isso podemos dizer que nossa expectativa para o ano de 2024 é boa”. Além da feira, há os investimentos em obras anunciados no PAC-Programa de Aceleração do Crescimento, estimados em R$ 1,7 trilhão, assim como programas importantes com foco na neoindustrialização. “Para não dizer que tudo são flores, a pulga atrás da orelha é o equilíbrio fiscal. É um grande desafio. Se aumentar impostos e cortar incentivos, os preços sobem e o consumo cai. Na minha avaliação, o melhor caminho é ter um Estado mais enxuto, sem onerar indústria e outros segmentos da economia”. Transporte de carga Assim como aconteceu no mercado de implementos rodoviários, também no transporte como um todo houve segmentos que foram bem e outros nem tanto em 2023, conforme comenta o presidente da NTC&Logística, Eduardo Rebuzzi: “É um reflexo da abrangência do setor”. No geral, no entanto, o quadro foi mais positivo do que negativo no ano passado, considerando pesquisa da entidade indicando que mais da metade das empresas ouvidas informaram ter crescido sobre ano anterior. “Apesar do resultado de 2023 não ser considerado ruim, o ânimo do empresário do transporte rodoviário de carga não é de otimismo. A mesma pesquisa mostra que apenas 11% acreditam que o futuro será melhor, contra 34% que acham que a situação deve piorar nos próximos anos”, revela Rebuzzi, lembrando que a alta do PIB próxima de 2% representa menos do que o Brasil precisa para atender sua demanda social. Sobre a necessidade de urgentes investimentos em infraestrutura, há expectativa entre os transportadores de que o governo federal atue firmemente, utilizando também as parcerias público-privadas e incrementando os programas de concessões. “É fundamental para o País que se tenhamos um programa de Estado de curto, médio e longo prazos para que seja garantida a melhoria constante em sua infraestrutura logística, envolvendo todos os modais”, destaca o presidente da NTC&Logística. Dentre os pontos que preocupam o setor, ele cita as dificuldades estruturais que fazem parte da realidade do segmento há décadas, como a baixa qualidade das rodovias e a situação da insegurança por conta dos roubos de cargas. “Há também falta de motoristas e, nesse sentido, o SEST SENAT tem desenvolvido proPERSPECTIVAS | OUTLOOK | PANORAMA José Carlos Sprícigo, presidente da ANFIR © Librelato
RkJQdWJsaXNoZXIy NDU0Njk=