Anuário da Indústria de Implementos Rodoviários 2024

94 Quando passamos da esfera global para a regional, que inclui 22 países da América Latina, no mesmo período o Brasil passou do 25° para o 14° lugar, galgando importantes posições nesse ranking. Mais um dado importante e que reflete a evolução pela qual vem passando a questão nos últimos anos, vem do estudo feito pela consultoria Idados com resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio/IBGE de março de 2023. A diferença salarial média no Brasil em 2017 entre homens e mulheres era de 23,4% e caiu para 20,5% em 2021. Mas ainda é necessário avançar. E para garantir que esse desenvolvimento siga de maneira sustentável, a participação das mulheres deve ser plena e efetiva, com igualdade de oportunidades para a liderança. E como isso será possível? Com a ajuda de importantes iniciativas como o Movimento Vez & Voz criado em 2020 pelo Setcesp - Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo e Região, para valorizar as mulheres que trabalham no transporte rodoviário de cargas, além de fomentar o crescimento profissional delas dentro do próprio setor e atrair novos talentos. Por dentro do movimento As mulheres estão presentes em todos os setores da economia e em todas as áreas de atuação, inclusive no setor de transporte rodoviário de cargas (TRC). Porém, apesar da crescente participação feminina, a igualdade de gênero no mundo corporativo precisa realmente ter atenção maior para que seja efetiva. As mulheres começaram a atuar efetivamente no TRC a partir da metade dos anos 90 em funções administrativas. Hoje trabalham nas áreas operacionais, conferindo carga e dirigindo caminhões por longas estradas. Atualmente o movimento já conta com mais de 90 signatários em todo o Brasil, entre transportadoras e entidades do setor – como a ANFIR –, que estão engajados em ampliar a presença feminina neste importante segmento econômico que movimenta mais de 60% de tudo o que é produzido no País. O compromisso é incentivar as empresas do TRC a se tornarem um ambiente mais inclusivo, respeitoso e favorável ao trabalho baseado em competência, independente de gênero. De acordo com Ana Jarrouge, presidente executiva do Setcesp e idealizadora do Movimento Vez & Voz, a ação tem três grandes objetivos: valorizar as mulheres que já trabalham no setor, fomentar o crescimento profissional delas e atrair novos talentos femininos para o transporte rodoviário de carga. “Precisávamos ter algo que conscientizasse, orientasse e conduzisse as empresas de transporte rumo à equidade de gênero”, diz. Os números então disponíveis mostravam-se pouco animadores. “Ter apenas 15% de mulheres no TRC era muito pouco, sendo que o setor tem inúmeras oportunidades. Então é nosso papel como entidade de classe fazer com que a diversidade e principalmente a inclusão seja parte da estratégia das empresas de transporte.” Ana explica, ainda, que foi imprescindível trazer luz sobre o assunto para que os empresários enxergassem a importância da diversidade para seus negócios. Além disso, também foi preciso criar a consciência de que todo o processo deveria ser planejado e bem-feito, sob pena de ser frustrante para ambas as partes. Para fazer a inclusão das mulheres num ambiente tradicionalmente e culturalmente masculino, foi necessário observar diversos passos e perspectivas. “Percebemos que a pauta diversidade e equidade de gênero vem ganhando cada dia mais espaço nas estratégias das empresas de transporte, seja por imposição do mercado, seja por vontade própria. Neste sentido, elas têm buscado cada vez mais informações, orientação e troca de experiências dentro do Movimento Vez & Voz.” O movimento tem acompanhado o aumento, mesmo que em nível ainda aquém das possibilidades, da quantidade de CNHs de mulheres, a abertura de vagas afirmativas e diversos programas de capacitação voltados para elas dentro do nosso segmento. “Então a resposta é sim, estamos atingindo nossos objetivos”, comemora. EQUIDADE | EQUITY | EQUIDAD

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