ANFIR | 35anos

ANFIR | 35 anos 10 do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e na figura do ex-ferramenteiro Luiz Inácio Lula da Silva, que em 2003 seria eleito o 35º presidente do Brasil. Esse quadro, no entanto, não evitou que a indústria automotiva brasileira conti- nuasse a investir aqui: a produção de veículos chegou a 1,1 milhão de veículos em 1980, 980,8 mil vendidos no mercado interno e 157 mil exportados, de acordo com dados da Anfavea. Naquele ano turbulento a Volvo inaugurava fábrica em Curitiba (PR) e a Ford lan- çaria três caminhões a diesel. Nascia também a Volkswagen Caminhões, com a aquisição da Chrysler brasileira pela montadora alemã. Já a Mercedes-Benz produzia seu motor diesel de número 800 mil. Raul Anselmo Randon, pioneiro da indústria de implementos rodoviários e cria- dor do maior grupo de empresas do setor, recorda que já então todos os grupos eco- nômicos, empresariais, tinham associações: “Mas nós, embora representássemos uma força importante no transporte nacional e, por conseguinte, na economia do País, não dispúnhamos da nossa, ou seja, não tínhamos voz”. A ideia básica, portanto, era simples: juntar as muitas forças dos fabricantes de implementos rodoviários em uma associação, ou, se fosse o caso, em um sindicato. “A principal missão era unir os desunidos”, recorda Randon, que tinha como plano inicial fazer, pelo menos, uma reunião a cada dois meses para trocar ideias, discutir o mercado, aumentar o respeito pelo outro. Já naquele primeiro encontro de 22 de maio estavam presentes Randon, Emyr Carlos Facchin, Luiz Dambroz, Júlio Cesar Balbinotti, Roberto Marcon, Vasco Rossetti e Mauro Guerra, de acordo com a primeira ata da entidade, registrada no Ofício de Re- gistros Especiais e Protestos de Títulos Cambiais de Caxias do Sul, tendo como oficial cartorário Plínio Backendorf. Representavam, além da empresa de Randon, a Rodoviária S.A. Indústria de Implementos para o Transporte, Iderol S.A., Recrusul S.A., Guerra S.A. e Cabrini S.A. e escolheram, por meio de voto, o próprio Raul Anselmo Randon para ser o primeiro presidente da ANFIR. Vasco Rossetti, que presidiu a entidade de 1986 a 1988, lembra que a escolha de Raul Randon, por unanimidade, deveu-se não só porque representava a maior empresa do grupo ali reunido, mas ainda, por sua experiência como presidente, por quatro anos, da Câmara de Indústrias e Comércio de Caxias do Sul. Como secretário da nova entidade foi escolhido o diretor da Randon, Emyr Car- los Facchin. Contador, advogado, bacharel em ciências políticas e econômicas, falecido em 10 de abril de 1986, Facchin, assessorado pelo também advogado Antonio Jesus Sil- veira Rodrigues, responsável pelo setor jurídico da Rodoviária S.A., apresentou o primeiro projeto de estatuto da ANFIR, texto discutido, alterado e emendado pelos presentes. Ele também conceituou a importância da associação e sua diferença de um sindi- cato, condição que poderia, no futuro, interessar, ou não, dependendo do que avaliassem os empresários associados. “O Emyr foi uma pessoa exemplar”, disse Randon, lembrando o importante papel que o executivo desempenhou durante trinta anos para sua empresa e para a ANFIR. “Emyr foi poeta, pesquisador estudioso e partícipe da história da Randon e da indústria de implementos rodoviários”, avalia o executivo João Luiz de Morais no seu livro Randon Meio Século de Trabalho.

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