ANFIR | 35anos

ANFIR | 35 anos 38 (1930-1945). Mogi das Cruzes era uma cidadezinha acanhada, que se ligava a São Paulo por um ramal ferroviário da Central do Brasil, inaugurado em 1875. “Quem começou essa empresa foi o irmão da minha avó, de origem italiana, o João Urizzi, que aparece no vídeo que colocamos no nosso site. É um curta-metragem feito pela Prefeitura de Mogi das Cruzes em 1940. Na época era uma oficina grande, que fazia rodas de carroças em série e também reparava e reformava carroças. O nome de solteira da minha avó era Eliza Stabile Urizzi”, conta Francisco José Urizzi Garcia, que hoje divide a direção da Carrocerias Garcia com o irmão Danilo. Francisco recorda que em 1938 foi trabalhar na oficina do avô um outro João, de origem espanhola – João Garcia dos Santos –, que acabou gerenciando a empresa. Lá conheceu Eliza, a irmã do patrão. Apaixonados, casaram-se e logo nasceu Nivaldo, pai de Francisco e Danilo. Em 1949 o fundador João Urizzi decide mudar de ramo e de cidade. Monta um ferro-velho em São José dos Campos e vende o maquinário e a indústria de car- roças ao cunhado, João Garcia dos Santos. Garcia muda o nome da empresa para Oficina São João. Outro nome, Carrocerias Garcia, seria adota em 1976. Mas foi perto dos anos 1950 que o novo dono começou a trabalhar direcionado à linha de carrocerias de caminhões e caminhonetes. Até então a oficina, rotineiramente, trabalhava com carroças de tração animal. Em 1951 Rodney Luiz Garcia, tio de Francisco, passa a fazer parte do quadro societário, começando a segunda geração. Além de ser um dos fundadores da empresa, Rodney ajudou a estruturá-la no aspecto administrativo. Ele era bancário e João Garcia tirou-o do banco. Naquela época, nas empresas familiares, todos, independentemente da idade, deviam dar sua cota de trabalho e sacrifício. Francisco conta que o pai, Nivaldo, era um garoto apaixonado por futebol, mas que também tinha que ajudar na oficina. Apelidado de Meio Quilo, sua paixão o levou ao futebol profissional: “Meio Quilo porque ele era miudinho, magrinho, pernas tortas, mas tinha um canhão, um chute que ninguém segurava”, assegura Francisco, para depois re- velar que o pai jogou profissionalmente no Tatuapé e no Caçapava e que sua Carteira de Trabalho comprova quinze anos como jogador profissional. A linha de produção na década de 1930 Acervo da Garcia

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