ANFIR | 35anos

ANFIR | 35 anos 50 -eixos e outros produtos, dentre os quais modelos especiais que atendam peculiaridades necessitadas pelos clientes. “Somos sete irmãos, duas mulheres e cinco homens: desde o começo, todos tra- balhamos na área de produção aqui em Votuporanga, inclusive as moças. Este prédio na Avenida Emílio Arroyo Hernandes foi nossa primeira fábrica. Na cidade, era um barracão de madeira, sem paredes”, destaca Euclides Facchini Filho, diretor comercial da Facchini S.A., cujo diretor-presidente é seu irmão Rubens. Hoje só Rosane e Rui não estão na empresa. Filetes, de pai para filhos Euclides Filho conta que começou a trabalhar aos sete anos: com pincel passava fundo em carrocerias. “Aqueles arabescos, filetes das carrocerias, meu avô fazia, meu pai fez, eu e meus irmãos fizemos. Quem fabrica carroceria de madeira tem de fazer esses rococós. Vi fotos de caminhões da Índia que mostram rococós muito piores que os nos- sos. Isso é oriundo da carroça, mas um grande número de caminhoneiros ainda quer os filetes”, afirma Euclides Filho, ressaltando que foram pioneiros no Brasil na fabricação de carrocerias de aço. “A Facchini só usa madeira certificada. Usamos pinus para assoalhos e compensado para furgões. Madeira natural não usamos há muitos anos.” Nos anos 1970 a empresa teve que vencer enormes resistências e preconceitos: “Diziam que as carrocerias de aço eram mais pesadas e menos duráveis, mas é o opos- to: as carrocerias de aço são mais leves e mais duráveis, a manutenção mais simples e mais barata. E hoje quase 100% dos nossos produtos já são de aço, inclusive assoalhos de chapa xadrez, que não sofrem avarias nem com intempéries, sol, chuva. Mas parte dos caminhoneiros ainda prefere carroceria de madeira.” Euclides Filho lembra que no Paraguai as carrocerias são de aço, assim como na Argentina. “No Brasil ainda há esses preconceitos, ainda se usa encerado para cobrir a carga.” Grande sapataria O mercado mudou muito e a história da Facchini acompanhou a evolução: “Não vendemos o que está na prateleira e sim um conjunto de soluções, com qualidade certifi- cada com os requisitos da norma ISO 9001 para projeto, fabricação e venda de implemen- tos rodoviários. Nossos grandes clientes querem sempre mais eficiência, mais qualidade, menos avarias no transporte. Por exemplo, a Ford leva equipamentos eletrônicos de São Bernardo do Campo à Bahia. Então tivemos de projetar implementos especiais, com sus- pensão pneumática, porque o caminhão percorre estradas esburacadas. Participamos dos processos e aprendemos sobre eletrônicos, frangos, bois, automóveis, bebidas, carga refri- gerada. Nosso cliente é industrial, pecuarista, produz desde ar-condicionado até cortinas. Temos que estudar e mostrar soluções ideais. Na verdade, somos uma sapataria tamanho grande, pois só vendemos produtos sob encomenda”, afirma Euclides filho, lembrando que ninguém compra equipamento rodoviário antes de comprar caminhão. Segundo ele o fabricante de implementos é o último elo da cadeia, no qual alguns clientes às vezes chegam com o crédito meio esgotado. “Trabalhamos nos semir- reboques de maior valor agregado. Quando se vai para carga geral, é na base do ‘quem dá mais’, um leilão. Nosso produto é destinado a cargas específicas e já sai identificado

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